Primeiras auditorias piloto para melhorar o sistema de certificação Biomasud

Na tarefa 6.3 do projeto, o objetivo é implementar em cada país o sistema de certificação BIOMASUD em pelo menos duas empresas produtoras ou distribuidoras de biocombustíveis sólidos para aquecimento.

Foram já realizadas as primeiras auditorias piloto de modo a verificar as melhorias do sistema de certificação de qualidade e sustentabilidade BIOMASUD relativamente à versão anterior. As principais alterações são a introdução de novos biocombustíveis (podas de vinha e olival, cascas de nozes e pistachio) e a melhoria dos requisitos de sustentabilidade, e que estão em linha com a nova diretiva das energias renováveis (RED II), cuja negociação está prestes a ser terminada e que brevemente será publicada. Em Portugal, foi realizada uma simulação de uma auditoria piloto de certificação Biomasud na empresa MARTOS & C.ª, localizada na zona de Leiria. A MARTOS dedica-se à comercialização e à disponibilização de todo o tipo de soluções em madeira (madeira para construção, paletes, pellets, etc.) A sua atividade gera uma grande quantidade de subprodutos (estilha de madeira, serrim e casca), utilizados como matéria-prima para a produção de peletes, em outras indústrias da madeira ou para a produção de energia. Atualmente, a quantidade de estilha produzida como biocombustível sólido para aquecimento é ainda muito baixa, no entanto, a empresa espera, a curto prazo, um crescimento deste mercado nos setores doméstico e de serviços, daí o seu interesse no selo Biomasud®. Acresce ainda, que a MARTOS possui já vários sistemas de certificação, nomeadamente o Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001, FSC, PEFC e ENplus, o que facilita a implementação do sistema BIOMASUD.

Esta simulação de auditoria piloto decorreu a 14 de março, sob a condução de uma equipa de inspetores da SGS, durante a qual foram realizadas as seguintes tarefas:

  • Visita às instalações e acompanhamento do processo de produção do biocombustível;
  • Acompanhamento dos procedimentos de amostragem e de controlo interno de qualidade do biocombustível.

Paralelamente procedeu-se à caracterização físico-química da estilha no Laboratório Especializado de Biocombustíveis Sólidos do CBE (LEBS.CBE), com o objetivo de verificar se as suas características cumpriam as especificações definidas no sistema de certificação BIOMASUD.

Com base, quer nas condições encontradas na empresa, quer nas características do biocombustível, a MARTOS encontra-se em condições de cumprir os requisitos do sistema de certificação de qualidade e sustentabilidade BIOMASUD para a estilha de madeira.

Em Itália foi já realizado um longo percurso para a seleção das empresas potencialmente interessadas nesta atividade. Desde o final de setembro de 2017, com a realização de um workshop com os produtores de biocombustíveis sólidos, até meados de março de 2018, altura em que foi realizada a primeira auditoria piloto, a AIEL contactou e divulgou o projeto junto de aproximadamente 50 empresas, que potencialmente poderiam cumprir os requisitos da certificação. Destas, foi selecionada a empresa que melhor se adaptava às exigências dos requisitos para realizar a primeira auditoria (interesse na certificação, qualidade e produção de biocombustível com potencial no território nacional, etc.).

A Eco Combustibili Biom Energy é uma empresa certificada ENplus®, que para além de peletes produz e distribui uma vasta gama de biocombustíveis sólidos, tais como, cascas de noz, amêndoa e avelã, caroços de frutos, nomeadamente, a azeitona e misturas, ensacados e a granel. Para já esta empresa está principalmente interessada na certificação da casca de avelã, cujas características cumprem na sua maioria os limites definidos no projeto.

A auditoria à Eco Combustibili Biom Energy foi realizada a 14 de março pelo ENAMA, um organismo de certificação, acreditado pelo Accredia para a concessão das certificações a produtos relacionados com biocombustíveis sólidos de origem agro-florestal, em conformidade com as normas ISO 17225:1 e UNI EN 15234:1.

Tanto o organismo de certificação como a empresa estão interessados em manter a certificação para além do final do projeto, e foi nessa perspetiva que fizeram comentários e sugestões de alteração à versão mais recente do manual Biomasud. A auditoria não encontrou grandes não-conformidades, pelo que com poucas medidas corretivas a empresa estará em condições obter o certificado.

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